Aparições de Nossa Senhora de Fátima
Fenômeno de 1915
Em 1915, no alto do Monte do Cabeço, Lucía e três das suas companheiras – Teresa Matias, a sua irmã Maria Rosa e María Justino – testemunharam manifestações descritas nas Memórias da Vidente: «Tínhamos começado mal (rezando o rosário) quando, diante dos nossos olhos, vemos, como que suspensa no ar, acima do bosque, uma figura como se fosse uma estátua de neve que os raios do sol transformaram em algo transparente. - O que é aquilo? – Meus companheiros perguntaram meio assustados. - Não sei! Continuámos a nossa oração, sempre com os olhos fixos naquela figura que, assim que terminámos, desapareceu.»
Memórias da Irmã Lúcia I. 14.ª ed. Fátima: Secretariado dos Pastorinhos, 2010, p. 75.
Primeira Aparição do Anjo
Local: Loca do Cabeço, Pregoeiro dos Valinhos Data: Primavera de 1916 «– Não tenha medo! Sou o Anjo da Paz. Ore comigo. E ajoelhando-se no chão, ele inclinou a testa até o chão. Levados por um movimento sobrenatural, nós o imitamos e repetimos as palavras que o ouvimos pronunciar: – Meu Deus, eu acredito, adoro, espero e te amo. Peço-te perdão para aqueles que não acreditam, não adoram, não esperam e não te amam. Depois de repetir isso três vezes, ele se levanta e diz: – Ore assim. Os corações de Jesus e de Maria estão atentos à voz das vossas súplicas. Memórias da Irmã Lúcia I. 14ª ed. Fátima: Secretariado dos Pastorinhos, 2010, p. 169 (IV Memória). Cf. também Memórias da Irmã Lúcia I, p. 77-78 (II Memória).
Segunda Aparição do Anjo
Localização: Quintal da casa da Lúcia, junto ao Poço do Arneiro Data: verão de 1916 "- O que você está fazendo? Rezar! Ore muito! Os corações de Jesus e de Maria têm planos de misericórdia para vocês. Ofereça constantemente orações e sacrifícios ao Todo-Poderoso. – Como temos que nos sacrificar? - Perguntei. – De tudo o que puderes, oferece um sacrifício em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores. Assim, atraia a paz para sua pátria. Eu sou o seu Anjo da Guarda, o Anjo de Portugal. Acima de tudo, aceite e suporte com submissão o sofrimento que o Senhor lhe envia. Memórias da Irmã Lúcia I. 14ª ed. Fátima: Secretaria de Pastorinhos, 2010 p. 170 (IV Memória).
Terceira Aparição do Anjo
Localização: Loca do Cabeço, Data: outono de 1916 «[...] trazendo na mão um cálice e sobre ele uma Hóstia, da qual caíram algumas gotas de sangue no cálice. Deixando o cálice e a Hóstia suspensos no ar, prostrou-se no chão e repetiu três vezes a oração: – Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, adoro-vos profundamente e ofereço-vos o Preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, presente em todos os Sacrários do mundo, em reparação dos ultrajes com que Ele está insultado. Pelos méritos infinitos do Sagrado Coração de Jesus e do Imaculado Coração de Maria, peço-vos a conversão dos pecadores. Depois, levantando-se, pegou novamente no cálice e na Hóstia e deu-me a Hóstia e o que continha o cálice deu-me de beber à Jacinta e ao Francisco, dizendo ao mesmo tempo: – Tome e beba o Corpo e Sangue de Jesus Cristo horrivelmente violado por homens ingratos. Repare seus crimes e console seu Deus. Novamente ele se prostrou no chão e repetiu conosco mais três vezes a mesma oração: – Santíssima Trindade... etc. » Memórias da Irmã Lúcia I. 14ª ed. Fátima: Secretariado dos Pastorinhos, 2010, p. 170-171 (IV Memória).
Primeira Aparição de Fátima
Local: Cova da Iria. Data: 13 de maio de 1917 «– Não tenha medo! Eu não vou te machucar! - De onde você é? – perguntei a ele. – Eu sou do céu. – E o que você quer de mim? – Vim pedir para você vir aqui, seis meses seguidos, no dia 13 neste mesmo horário. Então direi quem sou e o que quero. Então voltarei aqui pela sétima vez. [– Você pode me dizer se a guerra ainda vai durar muito ou vai acabar logo? – Ainda não posso te contar, contanto que eu também não te diga o que quero.] – E eu também vou para o Céu? – Sim, você irá. – E a Jacinta? - Também. – E Francisco? – Também, mas você tem que rezar muitos terços. [...] – E Maria das Neves já está no Céu? - Foto. – E Amélia? – Ele ficará no purgatório até o fim do mundo. [...] – Querem oferecer-se a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele vos quer enviar, num ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores? – Sim, queremos! – Então você vai ter que sofrer muito, mas a graça de Deus será o seu consolo. Foi ao pronunciar estas últimas palavras (a graça de Deus, etc.) que ele abriu as mãos pela primeira vez, comunicando-nos uma luz tão intensa que delas emanava como um grande reflexo, penetrando no nosso peito e nos mais íntimos parte da nossa alma, fez-nos ver-nos em Deus, que era essa luz, mais claramente do que nos vemos no melhor dos espelhos. Então, por um impulso íntimo também comunicado, caímos de joelhos e repetimos intimamente: – Ó Santíssima Trindade, eu te adoro. Meu Deus, meu Deus, eu te amo no Santíssimo Sacramento! Passados os primeiros momentos, Nossa Senhora acrescentou: – Reze o Rosário todos os dias, para alcançar a paz para o mundo e o fim da guerra.» Memórias da Irmã Lúcia I. 14ª ed. Fátima: Secretariado dos Pastorinhos, 2010, p. 172-173 (IV Memória); A secção entre parênteses desafios pertence ao interrogatório do pároco aos videntes, em 27 de maio de 1917, na Documentação Crítica de Fátima, vol. I. Fátima: Santuário de Fátima, 1992, p. 9.
Segunda Aparição de Fátima
Local: Cova da Iria, Data: 13 de junho de 1917 Pessoas presentes: 50 a 60 pessoas «– O que é que você me ama? - Perguntei. – Quero que você venha aqui no dia 13 do mês que vem, para rezar o terço e aprender a ler. Então direi o que quero. Pedi a cura para uma pessoa doente. – Se convertido, ficará curado durante o ano. – Queria pedir que você nos levasse para o céu. - Sim; Jacinta e Francisco vão levá-los para mim em breve. Mas você fica aqui por mais algum tempo. Jesus quer usar você para me tornar conhecido e amado. Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao Meu Imaculado Coração. [A quem a abraça, ela promete a salvação; e essas almas serão queridas a Deus, como flores por Mim colocadas adornando Seu Trono]. – Estou aqui sozinho? – perguntei, tristemente. – Não, filha. E você sofre muito? Não desanime. Eu nunca vou deixar você. Meu Coração Imaculado será o seu refúgio e o caminho que os levará a Deus. Foi no momento em que pronunciou estas últimas palavras que abriu as mãos e nos comunicou, pela segunda vez, o reflexo daquela imensa luz. Nele nos vimos imersos em Deus. A Jacinta e o Francisco pareciam estar na parte daquela luz que subia para o Céu e eu na parte que se espalhava pela terra. Diante da palma da mão direita de Nossa Senhora, havia um coração rodeado de espinhos que parecia estar espetado. “Entendemos que era o Coração Imaculado de Maria, indignado com os pecados da humanidade, que queria reparação”. Memórias da Irmã Lúcia I. 14ª ed. Fátima: Secretariado dos Pastorinhos, 2010, p. 175-176 (IV Memória); A seção entre parênteses desafios incluía o último passo indicado por Irmã Lúcia em sua carta de Tuy de 17 de dezembro de 1927: cf. Memórias de Irmã Lúcia I, p. 175, nota 14.
Terceira Aparição de Fátima
Local: Cova da Iria Data: 13 de julho de 1917 Pessoas presentes: entre 4.000-5.000 ou 2.000-3.000 «– Você o que é o que me quer?? – Quero que você venha aqui no dia 13 do próximo mês, para continuar rezando o terço todos os dias, em honra de Nossa Senhora do Rosário, para obter a paz no mundo e o fim da guerra, porque só Ela pode te ajudar . – Queria pedir que você nos contasse quem você é, e que fizesse um milagre para que todos acreditassem que você apareceu para nós. – Continue vindo aqui todos os meses. Em outubro direi quem sou, o que quero e farei um milagre que todos poderão ver, acreditar. [– Tenho aqui um pedido para que convertam uma mulher de Pedrógão e uma de Fátima e melhorem uma criança da Moita. Ela disse que os converteu e melhorou em um ano.] – Santifiquem-se pelos pecadores e digam muitas vezes e principalmente quando fizerem um sacrifício: “Ó Jesus, é por vosso amor, pela conversão dos pecadores e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria”. Ao dizer estas últimas palavras, ele abriu novamente as mãos, como nos dois meses anteriores. O reflexo pareceu penetrar na terra e vimos um grande mar de fogo. Imersos naquele fogo, os demônios e as almas, como se fossem brasas transparentes e pretas ou bronzeadas, com forma humana, que flutuavam no fogo, carregados pelas chamas que deles saíam junto com nuvens de fumaça, caindo através todos os espaços, semelhantes à queda de faíscas em grandes (incêndios), sem peso nem equilíbrio, entre reviravoltas e gemidos de dor e desesperança que horrorizavam e faziam as pessoas estremecerem de medo (deve ter sido quando me deparei com isto). imagem que eu dei aquele grito aí! Dizem que me ouviram). Os demônios se distinguiam por formas horríveis e repugnantes de animais assustadores e desconhecidos, mas transparentes como carvões negros sobre a brasa. Assustados e como que pedindo ajuda, olhamos para Nossa Senhora, que nos disse com bondade e tristeza: – Você viu o inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores; Para salvá-los, Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao Meu Imaculado Coração. Se você fizer o que eu lhe digo, muitas almas serão salvas e você terá paz. A guerra vai acabar. Mas, se não deixarem de ofender a Deus, uma pior começará no reinado de Pio XI. Quando você vir uma noite iluminada por uma luz desconhecida, saiba que é o grande sinal que Deus lhe dá de que vai punir o mundo pelos seus crimes, através da guerra, da fome e da perseguição à Igreja e ao Santo Padre. Para evitá-lo virei pedir a consagração da Rússia ao Meu Imaculado Coração e a comunhão reparadora nos primeiros sábados. Se atenderem aos meus pedidos, a Rússia se converterá e vocês terão paz; Caso contrário, espalhará os seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas. Finalmente Meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-me-á à Rússia, que se converterá, e ao mundo será concedido algum tempo de paz. Em Portugal o dogma da Fé será sempre preservado. {Depois das duas partes que já expliquei, vimos do lado esquerdo de Nossa Senhora, um pouco mais alto, um Anjo com uma espada flamejante na mão esquerda; Quando brilhava, emitia chamas que pareciam que iriam incendiar o mundo; mas saíram com o contato do brilho que Nossa Senhora enviou da sua mão direita ao encontro deles: o Anjo, apontando com a mão direita para a terra, com voz forte disse: “Penitência, Penitência, Penitência!” E vimos numa luz imensa que Deus é algo semelhante a como as pessoas se veem no espelho quando um Bispo vestido de Branco passa na frente delas; Tínhamos a sensação de que era o Santo Padre. Vários outros bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas sobem uma montanha escarpada, no topo da qual havia uma grande cruz feita de troncos toscos como se fossem de cortiça com casca; O Santo Padre, antes de ali chegar, atravessou uma grande cidade meio em ruínas, e meio cambaleante, com um andar vacilante, desconsolado pela dor e pela tristeza, rezava pelas almas dos cadáveres que encontrava pelo caminho; Chegando ao topo da montanha, prostrado de joelhos aos pés da grande Cruz, foi assassinado por um grupo de soldados que lhe dispararam vários tiros e flechas, e da mesma forma os Bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas e religiosos e religiosas morreram um após o outro, vários leigos, senhores e senhoras de diversas classes e posições. Debaixo dos dois braços da Cruz estavam dois Anjos, cada um com um regador de cristal nas mãos, no qual recolhiam o sangue dos mártires e com ele regavam as almas que se aproximavam de Deus.} Não conte isso para ninguém. Para Fracisco, sim, você pode contar a ele. Ao rezar o rosário, diga depois de cada mistério: “Ó meu Jesus, perdoa-nos, salva-nos do fogo do inferno, conduze todas as almas ao céu, especialmente as mais necessitadas”.
Quarta Aparição de Fátima
Local: Valinhos Data: 19 de agosto de 1917 Pessoas presentes (dia 13): entre 15.000-18.000, embora alguns escritos falem de apenas 5.000 «– O que você quer de mim? – Quero que continuem a ir à Cova de Iria no dia 13, para continuarem a rezar o terço todos os dias. No último mês, farei um milagre para que todos acreditem. [Se não te tivessem falado para a Aldeia, o Milagre seria mais conhecido; São José viria com o Menino Jesus para dar a paz ao mundo e Nosso Senhor viria abençoar o povo, Nossa Senhora do Rosário viria com um Anjo de cada lado e Nossa Senhora com um arco de flores ao seu redor.] – O que pretende que seja feito com o dinheiro que o povo deixa na Cova de Iria? – Faça duas ninhadas: você carrega uma com Jacinta e outras duas meninas, vestidas de branco; A outra é carregada por Francisco com três filhos. O dinheiro da ninhada é para a festa de Nossa Senhora do Rosário e o que sobra é para ajudar uma capela que vou mandar construir. – Queria pedir-lhe a cura de alguns doentes. – Sim, vou curar alguns durante o ano. E olhando com mais tristeza: – Rezem, rezem muito e façam sacrifícios pelos pecadores, porque muitas almas vão para o inferno porque não há quem se sacrifique e peça por elas.» Memórias da Irmã Lúcia I. 14ª ed. Fátima: Secretariado dos Pastorinhos, 2010, p. 178-179 (IV Memória); A secção entre parênteses desafios consiste no interrogatório do pároco, datado de 27 de agosto de 1917, na Documentação Crítica de Fátima, vol. I. Fátima: Santuário de Fátima, 1992, p. 17.
Quinta Aparição de Fátima
Local: Cova da Iria, Data: 13 de setembro de 1917 Pessoas presentes: entre 20.000-30.000 «– Continuem a rezar o terço a Nossa Senhora do Rosário, todos os dias, [que ela encobre a guerra] para chegar ao fim da guerra, [que a guerra está acabando]. Em outubro, Nosso Senhor, Nossa Senhora das Dores e do Monte Carmelo, São José com o Menino Jesus também virão abençoar o Mundo. Deus fica feliz com seus sacrifícios, mas não quer que você durma com a corda; traga-o apenas durante o dia. – Fizeram muitos pedidos para eu pedir muitas coisas: a cura de alguns doentes, de um surdo. – Uns curarei, outros não, [porque Nosso Senhor não quer acreditar neles]. Em outubro farei o milagre para que todos acreditem. [– O povo quer muito uma capela aqui. – [De] metade do dinheiro que arrecadou até hoje, faça duas ninhadas e doe-as à Senhora do Rosário; A outra metade é para ajudar a capela. Ofereci-lhe duas cartas e um frasco de colônia. – Eles me deram isso, se você quiser. – Isso não é conveniente levar para o Céu.]» Memórias da Irmã Lúcia I. 14ª ed. Fátima: Secretariado dos Pastorinhos, 2010, p. 179 (IV Memória); As secções entre parênteses contêm contestações do interrogatório paroquial, datado de 15 de setembro de 1917, na Documentação Crítica de Fátima, vol. I. Fátima: Santuário de Fátima, 1992, p. 21-22.
Sexta Aparição de Nossa Senhora
Local: Cova da Iria, Data: 13 de outubro de 1917 Pessoas presentes: entre 50.000-70.000 «– O que é que você me ama? – Quero dizer-lhe que fazem aqui uma capela em minha homenagem, que sou a Senhora do Rosário, que continuam sempre a rezar o Rosário todos os dias. A guerra vai acabar [ainda hoje] e os soldados voltarão para casa em breve. – Eu tinha muitas coisas para lhe perguntar: se ele curava alguns doentes e se convertia alguns pecadores, etc. – Para alguns sim, para outros não. É necessário que façam as pazes, que peçam perdão pelos seus pecados. E olhando com mais tristeza: – Não ofenda mais Nosso Senhor, ele já está muito ofendido! {Se as pessoas consertarem seus caminhos, a guerra acabará, e se eles não consertarem seus caminhos, o mundo acabará.} [–Você ainda quer algo mais de mim? – Não quero mais nada.] E, abrindo as mãos, fez com que elas refletissem no Sol. E ao se levantar, continuou o reflexo da sua própria luz projetando-se no Sol. [...] Com Nossa Senhora desaparecida na imensa distância do firmamento, vimos, ao lado do sol, São José com o Menino e Nossa Senhora vestida de branco, com manto azul. São José com o Menino parecia abençoar o Mundo, com os gestos que faziam com as mãos em forma de cruz. Pouco depois, tendo esta aparição desaparecido, vi Nosso Senhor e Nossa Senhora que me fizeram pensar que era Nossa Senhora das Dores. Nosso Senhor parecia abençoar o mundo da mesma forma que São José. Esta aparição desapareceu e pensei que ainda via Nossa Senhora na forma de Nossa Senhora do Carmo. Memórias da Irmã Lúcia I. 14ª ed. Fátima: Secretariado dos Pastorinhos, 2010, p. 180-181 (IV Memória); A secção entre parênteses desafios consiste no interrogatório do pároco, datado de 16 de outubro de 1917, na Documentação Crítica de Fátima, vol. I. Fátima: Santuário de Fátima, 1992, p. 24, e o trecho entre chaves do interrogatório do Dr. Formigão, na Documentação Crítica de Fátima, vol. Eu, pág. 142.
Sétima Aparição de Nossa Senhora
Local: Cova da Iria, Data: 15 de junho de 1921 Contexto: Véspera da partida de Lúcia para o asilo de Vilar D. José conheceu Lucía pela primeira vez por volta de 1920-1921, e questionou-a sobre os acontecimentos. Sugeriu-lhe que saísse de Fátima para ir para o Porto, porque lá ainda não era conhecida. Do diário da Irmã Lúcia: «Mais uma vez, em Fátima, mantive o meu segredo inviolável. Mas a alegria que senti ao me despedir do Bispo durou pouco tempo. Lembrei-me dos meus familiares, da casa do meu pai, da Cova de Iria, do Cabeço, dos Valinhos, do poço... e agora deixar tudo, assim, de uma vez por todas? Para ir, não sei muito bem para onde...? Eu disse ao bispo que sim, mas agora vou dizer-lhe que me arrependi e que não quero ir para lá. Ele esteve nessa luta, quando foi para a Cova de Iria: «Assim solícitamente, mais uma vez desceste à terra, e foi então que senti a tua mão amiga e materna tocar-me no ombro; Olhei para cima e vi você, era você, a Mãe bendita, dando-me a mão e me mostrando o caminho; Seus lábios pressionados e o timbre doce de sua voz devolveram luz e paz à minha alma: “Aqui estou pela sétima vez, siga o caminho por onde o Senhor Bispo quer levá-lo, essa é a vontade de Deus”. Repeti então o meu “sim”, agora, mais consciente do que disse no dia 13 de maio de 1917, e enquanto você subia novamente ao Céu, como um olhar, toda a série de maravilhas que naquele mesmo dia passou pelo meu lugar espiritual. , há apenas quatro anos, eles me foram dados para contemplar. Boletim Bem-aventurados Francisco e Jacinta. Fátima: Postulação de Francisco e Jacinta Marto, Janeiro-Março de 2006.
Aparição de Nossa Senhora
Localização: no seu quarto, em Pontevedra Data: 10 de dezembro de 1925 «A Virgem Santa apareceu-lhe e, ao seu lado, suspenso numa nuvem, um Menino. A Santíssima Virgem, colocando a mão em seu ombro e mostrando, ao mesmo tempo, um coração que tinha na outra mão, rodeado de espinhos. Ao mesmo tempo, a Criança disse: – Tende piedade do Coração da vossa Santíssima Virgem, que está coberto de espinhos, que os homens ingratos lhe cravam a todo momento sem que ninguém faça um ato de reparação para eliminá-los. Imediatamente a Santíssima Virgem disse: – Olha, minha filha, Meu Coração cercado de espinhos, que os homens ingratos se cravam em Mim a todo momento, com blasfêmias e ingratidão. Você, pelo menos, vem me consolar e me dizer que todos aqueles que durante cinco meses, no primeiro sábado, se confessarem, receberem a Sagrada Comunhão, rezarem o Rosário e me fizerem companhia por 15 minutos, meditando nos 15 mistérios da o Rosário com Para me aliviar, prometo assistir-vos, na hora da morte, com todas as graças necessárias à salvação dessas almas. Carta de Irmã Lúcia, de Tuy, datada de 17 de dezembro de 1927, em Memórias da Irmã Lúcia I. 14ª ed. Fátima: Secretariado dos Pastorinhos, 2010, p. 192.
Aparição do Menino Jesus
Localização: no pátio, em Pontevedra Data: 15 de fevereiro de 1926 «No dia 15-2-1926, quando lá regressava [para esvaziar um caixote do lixo no quintal], como é habitual, encontrei um rapaz que me pareceu ser o mesmo [que lá tinha reencontrado antes ] e eu então perguntei: – Você pediu à Mãe do Céu pelo Menino Jesus? O menino se vira para mim e diz: – E você espalhou, pelo mundo, o que a Mãe do Céu lhe pediu? E, nisso, ele se transforma em uma Criança resplandecente. Sabendo, então, que era Jesus, disse: – Meu Jesus! Você sabe bem o que meu confessor me disse na carta que li para você. Ela disse que era precioso que aquela visão se repetisse, que havia fatos para acreditar nela, e a Madre Superiora, sozinha, nada poderia fazer para propagar esse fato. – É verdade que a Madre Superiora sozinha nada pode fazer; mas, com o meu agradecimento, tudo pode ser feito. E basta que o seu Confessor lhe dê permissão, e o seu Superior o diga, para que se acredite, mesmo sem saber a quem foi revelado. – Mas o meu Confessor disse na carta que esta devoção não era necessária no mundo, porque já eram muitas as almas que te recebiam, nos primeiros sábados, em honra de Nossa Senhora e dos 15 mistérios do Rosário. – É verdade, minha filha, que muitas almas os iniciam, mas poucas os terminam; e quem os termina é para receber as graças que ali estão prometidas; E gosto mais daqueles que os cinco fizeram com fervor e com o objetivo de redimir o Coração de sua Mãe do Céu, do que daqueles que os 15 fazem, mornos e indiferentes... {–Meu Jesus! Muitas almas têm dificuldade de se confessar no sábado. Se ao menos a confissão de oito dias fosse válida! – Sim. Podem ser muitos mais dias, contando que eles estão na graça no primeiro sábado, quando me recebem; e que nessa confissão anterior fizeram a intenção de, com ela, reparar o Sagrado Coração de Maria. – Meu Jesus! E aqueles que se esquecem de formar essa intenção? – Você pode formulá-lo para mim mais tarde em outra confissão seguinte, aproveitando a primeira oportunidade que tiver para se confessar.}» Carta de Irmã Lúcia a Mons. Pereira Lopes, seu confessor, em Memórias da Irmã Lúcia I. 14ª ed. Fátima: Secretariado dos Pastorinhos, 2010, p. 193-194; versão completa em António Maria Martins, Cartas da Irmã Lúcia. 2ª edição. Porto: Livraria Apostolado da Imprensa, 1979, p. 86.
Aparição da Santíssima Trindade e Nossa Senhora
Localização: na capela, em Tui Data: 13 de junho de 1929 «A única luz vinha da lâmpada. De repente, toda a capela foi iluminada por uma luz sobrenatural e uma cruz de luz apareceu no altar que chegava até o teto. Com uma luz mais clara, via-se, na parte superior da Cruz, o rosto de um homem com o corpo até a cintura, no peito uma pomba também de luz, e preso à Cruz, o corpo de outro homem. Um pouco abaixo da cintura, suspensos no ar, viam-se um cálice e uma grande Hóstia, sobre a qual caíram algumas gotas de sangue que escorriam pelos rostos do Crucificado e por uma ferida no peito. Deslizando pela Hóstia, essas gotas caíram no Cálice: Sob o braço direito da Cruz estava Nossa Senhora ("era Nossa Senhora de Fátima com o seu Coração Imaculado... na mão esquerda,... sem espada nem rosas, mas com coroa de espinhos e de chamas") com ela Coração Imaculado na mão... Sob o braço esquerdo, algumas letras grandes, como se fossem feitas de água cristã fluindo em direção ao topo do altar, formavam estas palavras: “Graça e Misericórdia”. Compreendi que me era mostrado o mistério da Santíssima Trindade e recebi luz sobre este mistério que não estou autorizado a revelar. Então Nossa Senhora me disse: – Chegou o momento em que Deus pede ao Santo Padre que faça, em união com todos os bispos do mundo, a consagração da Rússia ao meu Imaculado Coração, prometendo salvá-la por este meio. São tantas as almas que a Justiça de Deus condena pelos pecados cometidos contra Mim, que venho pedir reparação: sacrifique-se por esta intenção e reze. Relatei isso ao meu confessor, que me ordenou que escrevesse o que Nosso Senhor queria que eu fizesse. Mais tarde, através de uma comunicação íntima, Nosso Senhor queixou-se comigo: – Não quiseram atender ao meu pedido!... Como o rei da França, arrependa-se e faça-o, mas será tarde demais. A Rússia já terá os seus erros espalhados pelo mundo, causando guerras e perseguições à Igreja: o Santo Padre terá muito que sofrer”. Descrição da atividade Irmã Lúcia ao Pe. José Bernardo Gonçalves, seu confessor, em Memórias da Irmã Lúcia I. 14ª ed. Fátima: Secretariado dos Pastorinhos, 2010, p. 195-196; cf. António Maria Martins, Cartas da Irmã Lúcia. 2ª edição. Porto: Livraria Apostolado da Imprensa, 1979, p. 77-78.